Estive no continente africano algumas vezes. Nessas viagens, sempre medepareicomalgoquechamodememóriaancestral.Comopodemos, nós da diáspora brasileira, ainda reproduzirmos ïelmente comporta mentos e valores africanos, sendo que se fala ou mostra pouco de tal culturaparagrandemassa?PorqueoBrasilnãoquersernegro,indígena e latino... Ele quer ser ocidente, contempla, quase exclusivamente, a Europa. Masaquiresistimos,principalmentecomanossagastronomia.Mesmo quemuitagentenãotenhacontatodiretocomosterreirosdeaxé,os quilombos e as comunidades ribeirinhas, nós estamos envoltos em temperosquedeixamospratosligadosaocontinentemãe. AchefAlineChermoulatraduzperfeitamenteemseuofícioessamemó ria ancestral, “Cozinheirinhos da diáspora” é um princípio ritualístico para que entendamos o quanto é potente aquilo que foi passado de formaoralizadadegeraçãoàgeração. Tiraacozinhadoespaçodesva lorizadodeumacasaourestaurante,paraosublime;oprotagonismo. Localdefesta,masderespeito.Acimadetudo,afeto.Chermoulanos convida a sairmos do cozinhar hegemônico, para nos apossarmos daquiloqueénosso.Doquenuncaseráesquecido,porquenósestare mossempreaquiparareverenciar.Eumaculturamilenarnãosedissipa.