Gauchismo Líquido é o primeiro livro da doutora em etnomusicologia e compositora Clarissa Ferreira, e traz reflexões sobre a cultura do Rio Grande do Sul, pensando sobre suas construções identitárias e representações na música e na literatura. “Líquido” vem do sociólogo Bauman, quando se refere à contemporaneidade, onde nada é feito para durar, para ser “sólido”, contrariando entendimentos estanques sobre tradição. Os textos trazem temas diversos em formato de artigo ou crônica repensando a cultura gaúcha com a lente do presente. Como principais temas temos a representação das mulheres na música e literatura gauchesca, a constituição do estilo e entendimento estético do que passou a se considerar música gaúcha, entre algumas visões críticas sobre como se constitui essa cultura na complexa teia da indústria cultural. Os conteúdos de Gauchismo Líquido vêm sendo desenvolvidos desde 2014 nos formatos texto, podcast e vídeo, e ganharão versão em livro trazendo alguns dos conteúdos mais significativos desse período, além de textos inéditos. O projeto tem edição de Thomas Vieira, preparação e revisão de Luise Fialho, artes e ilustrações de Clara Trevisan e capa de Evelyn Abs. A autora Clarissa Ferreira é violinista, etnomusicóloga, pesquisadora e compositora do Rio Grande do Sul. Bacharela em violino (UFPEL), mestra (UFRGS) e doutora (UNIRIO) em Etnomusicologia, pós-graduanda em Arteterapia. Musicista de formação violinística eurocêntrica que se desgarrou para buscar outras formas de compreender seu instrumento. Nesses caminhos atuou na música regional por cerca de dez anos, em grupos musicais de Centro de Tradições Gaúchas, produções fonográficas e festivais. Do contato com a cultura gaúcha veio as indagações que levou para suas pesquisas acadêmicas, que ocasionou a criação do Gauchismo Líquido em 2014, trazendo conteúdos em texto, vídeos e podcast, uma dissertação de mestrado neste mesmo ano intitulada “Campeirismo musical e os festivais de música nativista do sul