O terrismo, ou a saudade da Terra, é uma das doenças do futuro imaginado por Fernando Paiva em Depois que o tempo passar, Madalena. Mapas genéticos personalizados, pílulas de Gomin, bombons de xacritu, exacerbe-los, cápsulas de fruição e pousadas interplanetárias aparecem ao longo da narrativa com uma naturalidade desconcertante, como se o leitor também vivesse nesse futuro distante, após uma diáspora da humanidade pelo espaço sideral. O tempo é um dos protagonistas neste livro. Algumas das histórias tratam de longos períodos, às vezes vidas inteiras. É o tempo de sair do coma, o tempo da carreira de uma célebre cantora, o tempo de vida e pós-vida de um influente crítico de arte, o tempo dos arqueólogos do futuro, o tempo de um corredor que sobe ladeiras em busca de um novo recorde. O protagonismo é dividido com Madalena, nome feminino recorrente em várias das histórias e que assume formas diversas. Madalena pode ser uma dançarina em cadeira de rodas, uma travesti afegã na s ruas de Munique, uma assassina de banqueiros ou uma adaga afiada de uma prostituta cega.